Na montanha quem lidera é a mente no presente
- Douglas da Cunha
- há 5 dias
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Wania Rennó destaca a importância da atenção plena (mindfulness) na corrida de trilha. Ela explica que, além do esforço físico, essa modalidade é uma experiência mental, emocional e espiritual. A presença no agora é crucial para se adaptar ao terreno, tomar decisões rápidas e lidar com imprevistos. A prática de relaxamento e consciência corporal não só melhora o desempenho, mas também transforma o desconforto em um diálogo construtivo, levando a melhores resultados e a uma jornada mais suave na montanha.

Quando comecei a trabalhar com psicologia do esporte, eu ensinava técnicas de relaxamento para atletas como forma de otimizar sua atenção. E sempre obtivemos melhores resultados com os treinos de relaxamento.
Já parou para pensar o quanto a corrida de trilha exige da sua atenção?
A sua atenção é necessária a cada passo. O chão muda, o relevo exige adaptação. A natureza ao redor envolve você e puxa sua mente para o momento presente.
Corredores de montanha que realmente se entregam aos treinos sabem: a trilha não exige apenas esforço físico — ela é uma experiência emocional, mental e até espiritual.
O estado de presença, que na psicologia chamamos de atenção plena ou mindfulness, é mais do que um conceito bonito e moderno. É um treino real para uma mente que percorre terrenos cheios de variações. E é tão importante quanto a altimetria ou o fortalecimento muscular.
Quando o corredor é treinado a se conectar com o que está acontecendo no agora — sente a pisada, ouve o som das folhas, observa a respiração — algo muda positivamente. Da mesma forma que foca no ambiente, o mundo interno também se manifesta. Afinal, a atenção é essencial para tomadas de decisão rápidas. O foco se amplia, o corpo responde com mais eficiência, as emoções se organizam e o pensamento se clareia.
Estar presente é estar mais relaxado. E estar mais relaxado não significa correr mais devagar — significa correr com mais foco e inteireza.
É ouvir o que o corpo diz, sem ignorá-lo. É confiar nas próprias decisões, mesmo diante do desconhecido. É aceitar os imprevistos como parte da jornada — seja uma pedra escorregadia, seja um medo antigo que reaparece no silêncio da montanha.
E o mais interessante é que é nesse espaço de presença que as melhores performances nascem. Porque o corredor não deve estar em guerra com o desconforto — ele deve dialogar com ele.
No próximo treino, sugiro que deixe o fone de lado, respire com mais consciência, e sinta seu corpo mais relaxado e mais preparado para as ações necessárias. Transforme cada passo em uma extensão das suas emoções e dos seus bons pensamentos — eles são força para alcançar suas metas.
O caminho irregular da montanha pode ser suavizado pelo caminho interno que você constrói com o treino mental.
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